terça-feira, 14 de setembro de 2010

Diário de Balian Monforte


Datado de: 17 Dapis 1.021 a.s.e


Escapamos! Os deuses têm um nome, e ele se chama Valmór! Uma ajuda inesperada do manto azul, mas nunca (nunca) recusada, com certeza. Quando acordei pensei que estaria apodrecendo em alguma prisão daquele sapo gordo, mas lá estava o manto azul, parado na minha frente. Isso com certeza vai trazer problemas à ele na ordem. Sei que ele colocou em risco todo o seu título e prestígio nos ajudando, mas se quisermos derrotar Sólom, temos todos que correr risco. Falando nisso, ficou óbvio, ao voltarmos a Hagash, notar o quanto aquele verme está desesperado ao tentar eliminar dante com os Adagas Negras e nós todos de uma vez.

Além disso, Alicia é a nova Sumo-Sacerdotisa da Ordem do Coração Negro, drenando, dessa forma, quantidade substâncial de poder e influência de Sólom, não mais podendo se utilizar dos mantos cinzas, pretos e roxos para seus fins vis. Todavia, ele ainda é regente no triunvirato, portanto, muito perigoso. Ainda mais agora que descobrimos há a probabilidade de Uriens não estar "tão" morto. É nosso dever aposentá-lo definitivamente.

Por isso, todos nós, companheiros de armas que lutamos em Hagash, decidimos destruir Sólom de uma vez por todas, começando por dismantelar seus aliados mais poderosos. É fato que a rebelião dourin foi causada por Langus. Apesar de achar inoportuno e até mesmo loucura o que está fazendo, devemos utilizar todos os benefícios que isso proporciona no momento. E já que os exércitos de Langus estão em Jaffa, bem... Diante das circunstâncias, penso que Montferrat vai analisar com MUITO carinho as minha propostas.

Guilherme Guilherme... Quem diria que dessa vez, sou eu que estou um passo na frente. Eu estou chegando meu caro lunari. A sua sorte... Está lançada.

Eleonor, sinto a sua falta minha amada... Mas não posso vê-la novamente. Não enquanto eu... eu estiver desse jeito, esta coisa tomando conta da minha alma e do meu corpo. Cada dia que passa sinto-me mais fraco, e o fim se aproxima. Não posso perecer enquanto Sólom não estiver derrotado. Minha alma não teria paz.

Tio Eldred, Montferrat vai devolver às terras que roubou, de uma forma ou outra. Ou pagará com o seu sangue.

Hades, por favor, guie o espírito deste teu humilde servo. Cruster, proteja padre Dimas de todos os males, é um bom homem e já sofreu demasiado. Enquanto eu viver, a Sua igreja em Hagash ficará de pé, disso eu prometo.

Pai... Meus últimos pensamentos são seus. Não posso procurá-lo agora, com tantas coisas necessitando de minha atenção. Mas eu irei até o inferno para achá-lo, se necessário. E não estou sozinho; Naine está comigo. Aguente firme, Lorde Barisan Monforte, pois eu vou buscá-lo.

Com o amor de seu filho,


Balian Monforte


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Retroaliemntação e Objetivos

Então esse post vai servir pra me darem o "feedback" ou no bom português a retroalimentação da ultima sessão!! Além disso aqui ficarão estabelecidos os objetivos e missões do grupo. Os individuais vou deixar na pasta dos jogadores dai cada uma puxa o objetivo do grupo pra sua sardinha não é!?

Missão A do Grupo: Derrotar Sólom (acho que é o grande antagonista em comum).  
XP Missão: 10.800. 
   
     Objetivos:                                                                                 XP por Objetivo: 
        - Forjar alianças (Langus, Jaffa, Mouros ou anões. Pelo menos duas.).  10.000.
        - Defender Hagash (manter a soberania da cidade-independente).            6.000.
        - Cortar (minar, ocupar, distrair ou dissolver) os aliados de Sólom.        10.000.
        - Ratificar a MORTE ou rendição do lorde Uriens.                                15.000.
        - Tirar Sólom do Triunvirato.                                                                 15.000.
        - Derrotar Sólom (Prende-lo, exila-lo ou outra punição de mesmo nível)  10.000.
XP Total 76.800 (Objetivos + Missão). 

* Esses são os valores totais, é claro serão divididos entre os membros do grupo. Ou seja o de objetivo só pra quem veio na sessão( e participou da realização do objetivo, claro!). O de missão pra quem veio em pelo menos na metade das sessões da missão.
** Esses objetivos podem mudar conforme mudam as motivações e ambições do grupo, todavia eu os comunicarei caso aconteça.
*** a ordem dos objetivos é só um chute de como eu acho que vocês pretendem cumprir, não é um roteiro vocês escolhem o rumo e cronologia a serem tomados.


Missão B do Grupo: Impedir a invasão demoníaca. 
XP Missão: 12.400

     Objetivos:                                                                           XP por Objetivo: 

               - Impedir a guerra Moura.                                                           5.000.
               - Forjar aliança com os mouros                                                  12.000.
               - Impedir a guerra civil de Tenebris                                              8.000. 
               - Forjar aliança com os anões                                                      7.000. 
               - Forjar aliança com os Dourins                                                 15.000.
               - Forjar aliança ou pacto de cooperação com outros reinos (Richada, Laash, 4° reinado, 5° Reinado, Cidade do Centro ou Outros)                                               10.000.à 13.000.
               - Montar e preparar um exército.                                                10.000.
               - Conseguir 10 fragmentos de prisma.                                         10.000.
               - Defender Tenebris e o exercito.                                                10.000.
               - Impedir invasão.                                                                       10.000.

XP Total 102.400 (Objetivos + Missão). 


As diretrizes estão dadas, aguardo retroalimentação e comentários quanto a primeira proposta de teste do nosso sistema de experiência.

sábado, 11 de setembro de 2010

Protagonistas - Kies "Hankor" Heftgen




Nome:
Kies "Hankor" Heftgen

Idade: 56

Linhagem: Anão Gräber

Cidade Natal: Norden

Pais: Kies Starke & Glas Augen






Os Picos Cinzentos de Ransur, chamado de Eberesche pelos anões, abriga o grande reino de Eberesche Heizen. Grandioso em seus amplos salões esculpido nas entranhas da montanha, com colunas grandes o suficiente para serem circundadas por dez homens de mãos dadas. Com um povo firme e vigoroso, sempre abrindo novas galerias para expor toda a grandeza das montanhas.

Eberesche Heizen é regida pelo rei Lebendigen Stein, herdeiro de uma linhagem Gräber, como os anões chamam sua raça, com longevidade fora do comum. O velho rei incita seu povo pelo orgulho da raça, assim, o povo gräber evita o encontro com outras raças, sendo cordiais e justos, mas sempre cautelosos.

Vários vilarejos povoam os pés de Eberesche pelo sul. Todos, no máximo, a um dia de viagem dos portões que conduzem ao reino anão. Do lado norte há apenas a vila de Norden, um posto de vigília para as ações dos povos do norte. Norden cresceu próxima da mina de mesmo nome, por onde os aldeões chegam ao reino.

Hankor, que na época chamava-se Kies Heftgen, era membro da milícia e atuava como guarda da mina de Norden junto de seu amigo Tat Our. Seu pai, Kies Starke, era uns dos velhos membros do conselho da vila, um guerreiro que atuou por muito tempo na guarda do reino de Eberesche Heizen e foi destacado para representar o exercito real. Em certa ocasião, Starke foi condecorado por bravura ao combater sozinho um bando de orcs que tentavam invadir o reino através de seu posto de vigília nas montanhas, recebendo presentes mágicos e condecorações do rei.

No ano de 1007, a vila de Norden foi atingida por meteoros e o acesso ao reino foi selado para impedir a entrada dos demônios. Neste evento, Hankor recusou-se a abandonar seu posto de guarda, discordando de Tat Our, que retornou ao vilarejo para prestar socorro. Com a queda do meteoro, vários demônios assolaram a região, matando Tat Our e todos os sobreviventes do vilarejo. E Hankor percebeu seu erro tarde de mais, sendo tomado pelo medo fugiu de seu posto e correu para a floresta, onde protegeu sua vida, mas amaldiçoou seu destino. A partir desse momento abandonou seu nome, admitindo a desonra que causou, assumindo o nome de Hankor e jurando destruir todos os demônios.

Com o tempo, Hankor aprendeu a viver na floresta, caçando e mantendo refúgios, por vezes encontrando demônios, enfrentando quando podia e fugindo quando o desafio era de mais. Assim, habituou-se a um estilo simplista e caótico, onde a sobrevivência era sua prioridade.

Protagonistas - Victor Ariel Camília




Victor Ariel Camília - As Origens


       AS ÚLTIMAS LÁGRIMAS
      Era manhã. Mal surgira a aurora, e num quarto no subúrbio de Richada, o cheiro de sangue e carne queimada contaminava o ambiente. Pela pequena janela – uma abertura de trinta centímetros quadrados numa das paredes – a luz do recém-nascido sol incidia sobre o pequeno quarto. Um colchão ao chão, uma cadeira velha de um lado e duas velas apagadas – que ainda liberavam fumaça -- do outro. Eram os únicos objetos na sala.
      O cheiro de carnificina vinha de uma linda jovem, sentada em posição fetal no colchão. Tinha a face suja de sangue, respirava ofegante, e entre a fenda labial percebia-se que lhe faltavam dois dentes inferiores. Seus pulsos estavam cauterizados com marcas de mãos. Seu corpo inteiro tremia. Alguns músculos já manifestavam câimbras. Ao seu lado, na cadeira, estava sentado um homem, tinha trinta anos, mas aparentava quarenta. Em suas rugas estavam estampados conturbados dias de quem não descansava a mente há muito tempo. Cabelos descuidados lhe caiam nos ombros, porém a barba havia sido feita recentemente. Tinha roupas simples, leves e azuis. Possuía anéis em todos os dedos, e em suas mãos descansava uma pequena boneca de louça.
      -- Sabe – o homem falava em tom sincero – eu passei a lhe amar perdidamente, quando naquela segunda semana do nosso namoro, você cuspiu em minha face dizendo que não sentia mais nada...
      Faz uma breve pausa e um amuado sorriso tenta aparecer em seu rosto. Ele continua.
      -- Aquilo foi cruel. Mas dali pra frente, cada momento ao seu lado me fazia imortal. E você não sabe quantas batalhas essa imortalidade me fez resistir.
      O sorriso que lutava por um lugar entre as feições pesadas de ressentimentos desaparece. Uma lágrima corre o rosto do pobre homem e sua mão estoura em chamas na face da linda garota, marcando seu pálido semblante e arrancando-lhe mais dois dentes. Era o golpe derradeiro. A garota desabara sem vida por cima das velas. Seus olhos estavam entreabertos. E os seus cabelos encharcados de sangue cobriam parcialmente sua face também ensangüentada e lavada de lágrimas. 
       O EPISÓDIO DA PEQUENA ADAGA DE MARFIM

       Um garoto assistia a tudo. Estava agora diante da porta aberta, seu nome era Ariel Camília, filho do homem e da recém-falecida. Amava seu pai ainda mais que sua mãe. Era filho único, tinha dez anos de idade e não lembrava um dia em que o pai não lhe tenha beijado a face. Pela manhã enquanto Larissa coordenava os empregados, Miguel ia com o filho brincar com as crianças da vizinhança. Por vezes ficavam a manhã inteira a correr entre gritos e gargalhadas. Quase todas as brincadeiras eram inspiradas nas maluquices do adulto brincalhão. Eis aí uma daquelas situações curiosas da vida. Miguel Camília era uma homem sisudo, muitas vidas estavam em suas mãos, coordenava a guilda mais influente de Richada, nada acontecia no setor noroeste da grande cidade que ele não soubesse. E naquele momento, brincando, parecia vulnerável, tão criança quanto às outras. Amava seu filho.
       E agora, no quarto, quando Miguel se deu conta que estava sendo observado, era inútil, o garoto num ímpeto supremo, avança. Seus olhos embebidos de lágrimas, os dentes cerrados quase a trincar-se, e tudo o que antes era amor, naquele momento se convertia em ódio. Segurava em sua mão uma adaga de marfim que seu pai forjara e o presenteara a dias passados. Num único golpe Ariel tenta acertar o ventre paterno, mas o homem o segura e pede para que se acalme; sem sucesso. Até que num golpe de reflexo lança o garoto para longe. A adaga presa às mãos de Ariel, no movimento brusco acaba rasgando o seu próprio pescoço, um corte que ia de logo abaixo da orelha esquerda até o pomo de adão.
       Miguel salta em direção ao garoto e ocupasse em pressionar o ferimento enquanto, entre lágrimas, berra desesperado pelo seu “braço direito”, Salindo. O homem chega à porta imediatamente e assustado com a cena dá um passo a frente e pergunta:
      -- Imperador! O que está acontecendo?! – existiam para o povo de Richada dois imperadores, Cloud Veylor na corte e Miguel Camília no submundo, o poder deste começava onde o daquele terminava, ao que um não cabia ao outro se remetia. 
      -- Sem perguntas homem! Chame logo um clérigo e depois limpe este quarto!
      Ariel, insano, impotente, flertava violentamente o pai.

      DOCE E FRÁGIL
      Passaram duas semanas. O imperador Camília e sua família continuavam refugiados em algum lugar nos subúrbios de Richada. Miguel era amado e idolatrado por todos de sua região, até nisso competia com Veylor – é claro sem intenções diretas. A morte de Larissa Camília havia sido abafada. Nada poderia comprometer o posicionamento do homem. Até mesmo o clérigo para curar Ariel não foi possível, mas felizmente os ladinos possuíam bons pergaminhos. 
      Pai e filho não trocaram uma palavra nestas últimas semanas. Ariel estava transtornado, muito quieto. Além de todos os acontecimentos tinha de ficar enterrado naquele lugar úmido, abafado, escuro. Já passara por momentos de guerra entre guildas antes, e em todos teve de ficar escondido, mas nem um foi tão repudiado por ele, como este. Pelo contrário, das vezes passadas até gostava. Seus pais se amavam, e nesses momentos se aproximavam ainda mais, os três, uma família feliz. 
      Larissa tinha vinte e sete anos, era uma mulher doce e frágil, porém quando necessário, era uma rocha. Miguel era ocupado demais com seus negócios, de tal forma que a casa ficava sob os cuidados dela. Ali não havia imperador Veylor nem Camília. Os empregados mal lembravam que existiam outros soberanos além de dona Larissa – como a chamavam. À noite, depois de tudo encaminhado, ela tornava àquela doce e frágil mulher. Entrava no quarto do filho, deitava-se ao lado dele e abraçava-o até cochilar. E logo depois Miguel a resgatava e a levava para cama. Eram assim todos os dias. Depois, o casal prolongava o dia por mais uma hora fazendo amor com a mesma disposição e sentimento qual fora da vez primeira, há oito anos passados. 
      Larissa era uma mulher linda, tinha cintura fina, curvas perfeitas, um belo quadril, glúteos arredondados e os seios fartos, sem chegar ao exagero. Nem mesmo trabalhando em seu momento mais tresloucado, perdia aquela aura sensual. Cabelos castanho-claros levemente encaracolados, olhos verdes tão translúcidos que se podia pensar que eram feitos de água, tingida e solidificada. A sua pele era clara, sem ser pálida, lisa, sem qualquer imperfeição. Guardava um pequeno sinal na ponta superior da orelha esquerda. Quase imperceptível de longe, mas quando observado dava-a ainda mais um motivo para ser admirada. Larissa era uma dessas obras-primas que Valkaria espalha pelo mundo. 
      
       O INSTINTO DA PROLE
       Deve estar perguntando-se o leitor: E qual o sentimento do filho pela mãe?
       É claro, Ariel era filho homem, tinha muito em comum com o seu pai, e desta forma acabava inclinando-se para as coisas paternas. Se tivesse num dia, de escolher sair com o pai ou a mãe, não hesitaria em apontar o pai. Mas por mera questão prática. Qual filho homem optaria por assistir à mãe fazendo os serviços caseiros?
      Isso, porém, não significava que não a amava. E o primeiro argumento para tal, eis que Ariel nunca deixou de receber carinho da mãe. Sempre que ela estava por perto, o garoto sentia a sua benção, ou por meio de beijos e abraços ou quando emanada de longe, através de um olhar zeloso. E o segundo argumento: A criatura sempre sabe que saiu do ventre materno, seja criança ou adulto, do sexo masculino ou feminino, e daí já resulta extrema relação amorosa; é o instinto da prole, mantêm-se o vínculo por nove meses e nunca mais se perde – salvo exceções.
      
       A QUARTA GUERRA
      A segunda facção de maior poder no submundo de Richada era comandada por Damna Sumura, um ex-comandante ninja desgarrado do lendário exército de William Morgam. Cantam os bardos que William, após saber do motim planejado pelo comandante, investiu num golpe letal contra o mesmo, mas no último segundo, teve misericórdia arrancando-lhe apenas parte da orelha direita. Em seguida expulsou-o junto de seus adeptos, mas não sem antes selar todos com a marca da traição. A mesma marca que hoje representa a guilda; a cascavel com o chocalho amputado.
      Damna fundara sua guilda há dez anos passados, quando chegara à Richada. Era a mais nova e fraca, porém logo tomou espaço entre as outras. Os homens do ex-comandante eram astutos, perigosos e leais. E esta última virtude, foi a chave do sucesso. A lealdade era essencial a tudo o que se tratava no submundo. Ali, as leis oficiais não penetravam, as regras eram ditadas pelos próprios homens da região -- em geral, os grandes chefes. 
      Em menos de dois anos, a facção Sumura já era absoluta ao lado da poderosa família Camília. Eis que começa a quarta guerra entre guildas, a luta pela hegemonia no submundo. O caos tomava as ruas. O toque de recolher adiantava-se. Por dia, computavam-se dezenas de baixas. A guarda oficial não se intrometia, limitava-se apenas a cuidar para que a questão não se alastrasse a domínios indesejáveis. No mais, só poderia haver um grande chefe. A guerra; era um mal necessário.
      Miguel Camília conhecia Richada como a palma de sua mão. Nascera e crescera no local, em meio as mais adversas circunstâncias. Sabia como ninguém, todas as questões burocráticas da grande cidade. Tinha todos os influentes como moedas em seu bolso. Era assim no período real de Richada e continuou sendo no período imperial. Dizem, que logo após a posse do Imperador Veylor, Duque Camília foi convidado oficialmente a um jantar com o novo soberano; uma atitude conveniente e inteligente a qualquer um que assuma o governo da grande cidade – oficialmente Miguel tinha o título de duque
      A guerra durou seis meses. O suficiente para que Miguel soubesse exatamente a quem remeter-se. Assassinou todos os chefes das guildas aliadas a Sumura, desestabilizando suas conjunturas. Depois contatou os grandes políticos e charlatões da cidade para uma reunião secreta. E em menos de uma semana, todos os alicerces que davam estrutura ao ex-comandante, passaram a inexistir. Damna esfria, e a guerra chega ao fim. Percebera o mestre ninja, porque seu rival era tido como o imperador do submundo. Aprendera a lição.
       
       O CÓDIGO DE HONRA
      Sumura encontrava-se no presente momento em seu esconderijo para tempos de guerra. Numa pequena sala, ajoelhado sobre uma almofada azul, tinha sua espada embainhada, posta sobre as coxas. Quatro tochas presas nas paredes tinham as chamas acesas. Eram chamas brandas que bruxuleavam de tal forma a desenhar sombras inquietas na face do homem. Nada mais havia na sala. 
      A porta se abre. É um de seus homens pedindo-lhe permissão para trazer-lhe um assunto de plena importância. O comandante faz-lhe um discreto sinal com a cabeça e o homem entra.
       O soldado põe-se disciplinadamente no centro da sala e faz uma reverência. Depois, começa a falar eufórico. 
      -- Comandante Sumura! 
      -- Acalme-se meu rapaz. Temos tempo. – retruca pacientemente o mestre
      -- Certo. Quero lhe dizer que, sabemos como chegar ao Camília. – o homem espera
      -- Prossiga. – ainda muito calmo, continuava Sumura
      -- Veja mestre. Com seus próprios olhos.
      O subordinado dá um passo à direita, saindo da direção que ligava a porta dum lado ao mestre Sumura do outro. É quando surge o jovem Ariel Camília.
      O comandante põe-se imediatamente de pé, a indignação toma-lhe o semblante. 
      -- Quem, sem minha ordem, tomou a liberdade de seqüestrá-lo?! Acima de tudo desonrando o código!
      -- Vim por vontade própria. – adiantou-se o garoto
      O comandante Sumura dá dois passos a frente. Era um humano fisicamente excepcional, possuía dois metros e meio de altura, portador de uma suntuosa massa muscular. Pele branca, olhos puxados, sobrancelha e cabelos raspados.
      -- Garoto. Explique-se! – toda sua calma havia sido abalada
      O rapaz olhava fixamente nos olhos do grande homem. O tamanho não o amedrontava.
      -- Eu vim, porque Miguel Camília não presta. Ele deve morrer! 
      Com dificuldades para esconder seu assombro, o mestre ninja estaca por alguns segundos a observar o garoto. Quando finalmente fala.
      -- Ninguém presta nessa vida pequeno homem. Agora diga-me, o que leva um filho a planejar a morte do próprio pai?
      Um breve silêncio.
       -- Ódio. O mesmo motivo que leva o homem a assassinar a mulher amada.
      Era um garoto esperto, embora tivesse apenas dez anos. 
      Mas costumam dizer que a madureza do homem é medida pela intensidade e diversidade do que vive e não pelo número de aniversários. E neste sentido, Ariel estava muito aquém de seus colegas.
      Damna deixa o olhar fixo no garoto por um tempo, convencendo-se que já vira diversos rostos daquele durante sua vida, sabia que a vontade do garoto não mudaria.
       O enorme homem dá meia volta, retorna à sua almofada e ajoelha-se como dantes.
       -- Aproxime-se pequeno Camília. – agora restabelecera o estado de espírito inicial
      O garoto veio. Posicionou-se de pés juntos e braços estendidos apontados para o chão. Estava a três passos do homem. O olhar ainda fixo e desafiador.
      -- Ouça jovem Camília. Não serei eu que o desviarei de suas vontades. Tão pouco serei eu que julgarei seus motivos. Entenda apenas que terei de mandá-lo de volta, pois os assuntos que tenho com seu pai, são apenas negócios. Ainda que nestes esteja incluso o assassinato do próprio. Se eu aceitar sua ajuda, estarei tornando as coisas pessoais. Toda a situação ficaria envolta de sentimentos, e sentimentos não devem envolver negócios.
       -- Se você não aceitar minha ajuda, outros aceitarão e terão todo o poder da família e com certeza lhe darão muito trabalho. 
      Sumura permanece em silêncio.
      -- Você aceita ou não? – continua o garoto como quem tratasse da execução do mais pífio sujeito que encontra pela rua. Qualquer que não tivesse convivido por mais de algumas semanas. Quem tivesse tomado a conversa no dado momento não adivinharia que ele tratava do próprio pai 
      O mestre já tinha a resposta, porém continuava em silêncio, a fitar o garoto. Já vivera sessenta anos e ainda pensava o quão surpreendentes continuavam os sentimentos dos homens.
      -- Garoto. Você herdou os piores traços de seu pai... Ouça. Terei trabalho com ou sem a presença dele.          Portanto, minha decisão consistirá apenas em ser honrado ou desonrado. Escolho a primeira, e espero que a tome como exemplo em seu futuro, distante ou próximo, que seja.
      Lembro-me agora. Sessenta anos. Era exatamente o motivo por qual o general Morgan lhe poupara a vida. Sábio homem.
       Continua...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Protagonistas - Dante D`Bellaunos Gebhard


DANTE


Nome: Dante D`Bellaunos Gebhard

Idade: 21

Linhagem: Raça de meio gigantes “os descendentes dos Titãs”, os Dourins.

Cidade Natal: Unitrux

Pais: Eroneus Gebhard/ Amélis D`Bellaunos

Motivações: Nada o motiva mais que sua fé e a luta por seus ideais. Defender aquilo que acredita com fé e armas. De um modo geral não gosta de injustiças. E praticar o bem, a quem mereça, diga-se de passagem, são ideais que lhe agradam.

Personalidade: Um ser com sede de justiça e um guerreiro leal. Contudo, nem por isso menos temível no campo de batalha do que seria um diabo desalmado. Não se engane com o semblante calmo e o ar bondoso. Pois dilacerar carne e ossos dos que blasfemam contra sua crença, sobrepujar a dor e por a prova sua força e devoção pela causa, não é nada mais que um exercício de fé para esse valoroso campeão.

Objetivos: Limpar o nome da família e reaver os títulos perdidos com certeza fazem parte das ambições do Dourin. Contudo estas não são suas únicas aspirações. Dada sua personalidade, Dante nunca aceitou muito bem o modo como o antigo império dourin entrou em decadência, através de traições, engodos e armações dos Lunari. Ajudar seu povo a reerguer-se, ou mesmo conduzi-lo de algum modo a uma “renascença” é tudo questão de tempo, alianças, poder e oportunidades para este guerreiro.

Como virou um Cruzado: Vendo sua mulher sendo executada por bruxaria, seu título sendo revogado e o nome da família sendo atirado à lama, Eroneus não teve outra saída. Temendo pela segurança do filho, mandou-o á um dos últimos redutos Dourin no qual tinha contatos. A ordem da esmeralda, onde seu bom amigo e padrinho de seu filho gozava de bom nome e influências. Lá, Dante pode ter os estudos e treinamento de que necessitaria.

História:
Morre a inocência, nasce a obstinação.

Sons de passos a quebrar os silêncios da noite....
- Huummm... o que é isso mamãe, esse som ?
Indaga a criança a pouco quase adormecida.
A mulher de aparência forte e decidida, porém de semblante doce e maternal, ao ouvir as palavras da criança endireita-se em sua poltrona como que para aguçar os sentidos, erguendo os olhos do livro de contos sobre os feitos históricos de antigos generais e os grandes campeões do a muito extinto império Dourin.
- Veja! Veja as luzes mamãe!
Diz a criança, que de pronto já se encontrava de pé sobre seu leito a olhar pela janela.
- O que é mãe?
De fato haviam luzes ao longe e passos podiam ser olvidos embora distantes. Mas o que estaria acontecendo? Eram tempo de paz e Unitrux era sempre tão pacata...
- Ainda não sei querido. Mas, deite-se e durma, vou chamar seu pai e ver o que acontece.
Ao virar-se para a porta e deparar-se com os vultos projetados nas paredes pelas fracas e bruxuleantes luzes que adentravam pela janela aberta, um arrepio ocorre a mulher. Uma sombria sensação que corre por toda sua coluna gelando todo seu corpo. Então, subitamente, como que por um mau augúrio, ou presságio nefasto a mulher se volta novamente a janela. Dessa vez podia ver claramente, não através, mas na própria janela figuras assombrosas ocultas em mantos, iluminadas somente pelas tochas dos que os acompanhavam.
- Fique aqui Dante. Não sai do seu quarto, me entendeu?
Como se o garoto fosse obedecer, mesmo consentindo com a cabeça. Dante era muito jovem ainda, contudo nunca fora tolo. Pode ver claramente a preocupação tomando o semblante da mãe.
Também nunca fora covarde, muito ao contrário. E é claro, curioso. Curioso como cabe, diga-se de passagem, a qualquer criança de seis anos ser. E por isso mesmo foi ao encalço de sua mãe.
-Eroneus! Eroneus querido, acorde. Algo...
A mulher começa, mas cala-se ao deparar-se com a silhueta colossal de seu marido. Ele não necessitava ser acordado. Aliás, estava em fins de vestir sua armadura. E enquanto terminava acalmou a mulher:
- Acalme-se Amélis, querida. Irei descer e ver do que se trata esse rebuliço.
Eroneus é um herói de guerra, um veterano. Gravou seu nome na história com o sangue derramado nos campos de batalha, o seu próprio muitas vezes. Apesar dos tempos de paz e da distância dos conflitos seus instintos ainda eram os mesmos.
- Oh meu bem tome cuidado, não me sinto a vontade quanto a isso. É muito estranho toda essa inquietação a essa hora.
Diz Améliz, com a sensação ruim ainda lhe consumindo.
- Não seja tola meu bem. Somos parte da nobreza agora e esses malditos têm de respeitar isso. Conquistei isso com minhas vitórias. Além disso nossa família é respitada aqui. Deve ter ocorrido algo, mas nada de grave. Além do que sou o responsável pelas tropas da cidadela e é normal virem até mim se algo lhes aflige.
Diz Eroneus.
- Mas mesmo assim. Porque tantos, e a essa hora? Isso não é maneira ...
Ia retrucando Amélis. Mas calou-se ao som de metal arrastando. Ao olhar melhor vê o pequenino mas já vigoroso Dante entrar no quarto carregando algo, arfando pelo esforço que realiza.
- Aqui papai ...arf ... eu trouxe ... arf arf... o seu martelo, tome não pode.... arf arf .... esquecer dele.
Pai e mãe assistem o esforço do filho enquanto entra quarto a dentro em direção a imponente figura do pai. Eroneu ia abrindo um sorriso quando percebe o olhar de desaprovação de Amélis.
- Já não devia estar em seu quarto dormindo meu rapaz?
Diz o pai tentando parecer sério mas sem conseguir esconder o orgulho estampado em seus olhos. Treinara bem seu filho até ali, como é de costume entre as famílias Dourin. Já podia ver no filho florecerem qualidades de um guerreiro.
_ Hora garoto, desobedeceu minhas ordens. Quando resolver isto vou subir e decidir seu castigo.
Avisa o pai em tom sério.
- Mas pai. Isso não é uma emergência!? É estado de alerta não é !?!? Como o senhor me ensinou “movimentações inesperadas a nossa volta exigem alerta”. Os homens da casa devem estar todos alertas, não é?
Responde o garoto sem acovardar-se como aviso do pai. E com um olhar de triunfo estampado no rosto como se tive-se achado a desculpa pra livrar-se do castigo. De fato ,Eroneus também deve-se ter pensado nesse sentido, pois já ia abrindo um sorriso quando novamente viu Amélis de nariz torcido e entendeu seu inquietamento.
-HAHAHAHAA!!...
Gargalha o Dourin.
- Quando agüentar o peso das armas de verdade filho, até lá assuntos de gente grande não lhe dizem respeito.
Afirma o pai chegando bem próximo ao filho e abaixando-se para erguer seu imenso martelo, mas não antes de estampar um sorriso sem que Amélis visse e sussurrando a frase:
- Obrigado filho. O dia em que lutará ao meu lado esta chegando. Mas não hoje. Até lá não vamos deixar sua mãe irritada. Se algo me deixa com medo no mundo pode apostar que é sua mãe.
O garoto sai, mas não volta ao quarto fica a espreita para ver o que acontece. Quer ver seu pai em ação. A garoto não percebe de imediato mas algo realmente não estava certo aquela noite. Uma pequena multidão juntou-se no jardim em frente às portas da mansão, mesmo com os enormes portões guardados por sentinelas. Haviam guardas humanos armados, camponeses carregando tochas e ferramentas de trabalho contudo o barulho e o falatório tinha cessado. Nesse meio tempo Eroneus já estava no saguão de entrada com Amélis em seus calcanhares. Sua guarda pessoal , como esperado, já estava em forma e esperando ordens. Quatro grandes Dourins vestindo armaduras pesadas e com as famosas lâminas de lua cheia em mãos. Eroneus sabia de seu valor, pois ele mesmo os treinara. Mais que isso. Estiveram sob suas ordens nos campos de Batalha.
- Algo está errado senhor. A multidão bradava coisas como bruxas,... queimar uma bruxa pegar os traidores. Mas por que aqui? Não consigo entender
Reporta um dos soldados.
- Vamos descobrir.
Afirma Eroneus, rompendo em marcha a passos largos até a porta e escancarando-a de vereda com seus homens em linha á suas costas. Guardas da cidadela subiam as escadas em direção a porta para abri-la nesse momento, seguidos de perto por seis figuras ocultas em mantos. O grupo recuou com o surgimento dos cinco dourins. Obviamente pegos de surpresa, esperavam entrar sem maiores problemas, subestimaram a eficiência da guarda e a do próprio Eroneus.
Dante observava a discussão que se seguiu ao encontro nas escadarias. Ganhara uma adaga ornamentada em seu ultimo aniversário e resolveu ir buscá-la enquanto o pai descia. Afinal devia estar preparado se seu pai precisa-se.
Nunca estivera tão certo na vida. Embora não houvesse muito que pudesse fazer pelo destino de sua família. Fato que amargaria em sua memória pelo resto da vida.
Ao olhar melhor Eroneus percebe que a entrada havia sido forçada. Os grandes portões arrombados e os sentinelas nocauteados. Um ultraje sem dúvida alguma que o enfurecera ainda mais.
- O que pensam que fazem EM MINHA CASA!!!???
Diante da figura ameaçadora o grupo invasor cala-se por um instante. Todos parecem recuar frente o avanço do dourin.
- Só queremos a Bruxa. Entregue-a sem resistir e talvez não o consideres-mos traidor.
Diz uma das figuras sombrias de manto, quase não conseguindo projetar a voz. Que mesmo com a face oculta pelo capuz fitava preocupadamente os soldados em suas armaduras e suas armas. Mais uma evidência de que não esperavam tal resistência!
- Do que diabos falam? Bruxa em minha casa!?... que tipo de engodo absurdo é esse?
Indaga Eroneus.
- Não se faça de tolo Eroneus. Se não insistir em esconder os crimes dela talvez consiga sair limpo disto. Pense em seu título tudo o que conseguiu até agora. Colabore e talvez seu nome saia limpo disso tudo.
Brada uma das figuras ocultas em mantos, aparentando impaciência.
- Não há tal criatura em minha morada. Saiam imediatamente, é meu ultimo aviso.
Ao ouvir as palavras de seu comandante, os quatro Dourins levantam suas armas e assumem postura de combate.
- Não nos deixa escolha gigante. Sabe muito bem o que a Baronesa anda fazendo. As outras bruxas delataram-na. Todas serão executadas esta noite quer você queira ou não.
Essas palavras abateram-se sobre o Dourim mais forte que qualquer golpe que já levara em batalha. Os homens de mato não estavam atrás de alguém escondido em sua casa ou mesmo de uma de suas criadas. Referia-se a sua esposa. A mulher quem escolhera para dividir tudo, com quem tivera seu tão esperado filho.
O que estaria acontecendo? Queriam derrubar-lhe. Emporcalhar seu nome e tira-lo do caminho. A nobreza em Tenebris nunca aceitou bem sua ascensão e a influência que obteve com isso. Talvez tivessem descoberto sobre a ordem da esmeralda e lhe queriam fora. Só isso lhe ocorria a mente.
Em fim, seja lá o que estive se acontecendo não deixaria que machucassem sua família.
- Não deixem que passem!! Marcus, você vem comigo.
Dante assistia a tudo atônito. Não conseguia acompanhar o desenrolar da situação. Não entendia o porque mas percebia a gravidade. Naquele momento desejava com todas as forças acordar do sonho desse pesadelo, pois o pobre garoto não sabia classificar de outra forma o que seus olhos estavam prestes a assistir.
- Marcus leve minha mulher e filhos até o Forte Esmeralda. Lá fale com Bartolomeu, ele é padrinho de Dante e lhes dará abrigo. Não para por nada, VÀI!
Mal o soldado havia se virado para cumprir suas ordens,um dos homens de manto a porta murmurou palavras junto com alguns gestos. Um grande estrondo ocorreu e uma luz muito intensa tomou conta momentaneamente do ambiente. Os três dourins foram acertados por uma flamejante coluna de luz branca e forçados a recuar. Um deles já estava bem ferido. Os outros dois Dourins iam atacar quando um dos homens de manto adiantou-se. Impondo a mão contra os três disse “Imóveis infiéis”. O soldado Dourin que havia sido acertado em cheio pela coluna de luz simplesmente não conseguia erguer-se mais do chão enquanto um outro simplesmente parou sua investida contra os invasores como se alguma força o segurasse. O terceiro depois de um milésimo de hesitação, concluiu o ataque. Dois golpes certeiros, seguidos, mas não o suficiente para derrubar os dois homens de manto roxo. Por Rastek!! agora podiam ver. Eram nada menos que mantos roxo de tenébris.
A batalha se desenrolava em pleno saguão de entrada. De alguma forma os outros dois Dourin escaparam à dominação dos emissários de Tenébris. Contudo mais três juntaram-se aos dois manto roxo.
O pequeno Dante finalmente havia se recuperado do choque e descera até junto de sua mãe. O garoto fora instruído como lutar, mas nunca tinha estado em uma batalha de verdade. E aquilo era quase inacreditável para seus jovens olhos. Mas não o suficiente para ofuscar sua coragem.
A este ponto até Eroneus já fora envolvido na batalha. Ele e seus três homens montaram uma linha em meio ao saguão para dar tempo a Marcus de sair pelos fundos com Amélis e Dante até o estábulo.
Os criados fugiam apavorados e o som da luta era terrível. Já nos estábulos Amélis insistiu ao subordinado do marido que aprontasse as montarias dos outros a fim de facilitar sua fuga. Marcus concordou e enquanto se ocupava disso dois dos invasores conseguiram chegar ao estábulo. Um agarrou Amélis que ia para junto do filho que a esperava dentro de uma carruagem. Quase ao mesmo tempo um outro atacou o Marcus pelas costas. O Dourim lutava mas fora pego de surpresa e além disso sua arma estava de lado. Enquanto isso Amélis era arrastada para fora do estábulo. Sem pensar Dante sacou a adaga que trazia na cintura e investiu contra o algoz de sua mãe.
- Largue a minha mãe AGORAaaa!!!
O sangue jorrou da cocha do soldado que aturdido pela dor da punhalada empurrou Amélis pra longe, fazendo a mulher cair ao solo. Após quase imediatamente arrancar a adaga da perna foi contra o garoto.
- Ora seu filhote de cão Dourim, venha cá que lhe ensinarei uma...
O homem não termina a frase. Amélis inesperadamente o atacara por traz com a lua cheia de Marcus que repousava na parede. E com impressionante destreza para uma baronesa. Marcus que já havia dado cabo de seu agressor e viu o feito de Amélis exclama:
Minha senhora esconde muitas habilidades pelo que vejo!! Mas não ha tempo, vamos.
Dante teve tempo de tirar a sua preciosa adaga das mãos do homem que sua mãe derrubou. Amélis já tinha acomodado seu filho dentro da carruagem e ia subir quando um vulto apareceu a suas costas. Alguém envolto em um manto negro surgido da própria escuridão, agarralhe pelas costas e sussurra palavras que lhe fazem cair em um sono profundo.
Dante pode ver claramente por um instante o sorriso por de baixo do capuz. Não estava apenas sorrindo. Sorria para o garoto de um jeito tão malévolo que o rapaz acabara entendendo o que aconteceria com sua mãe.
- Nãããooo!!!
Num ato quase reflexo Dante desferiu uma punhalada num corte ascendente. O alvo era sua garganta mas o homem era rápido. A ponta da faca riscou-lhe o rosto e o sangue fluiu gotejando pesadamente no chão do estábulo.
Marcus não teve tempo para mais nada. Não podia arriscar o garoto e sabia que a mulher não estava morta. Levou a carruagem em disparada para fora. Também tocou a corneta, uma espécie de chifre entalhado para avisar de sua saída. Mas pelo código do toque Eroneus sabia que algo não tinha saído 100 % como planejado!
O combate era intenso e estavam em desvantagem. Um dos soldados dourin já havia sido abatido e precisavam de algo que lhes permitisse a fuga. Nesse momento, temendo por sua família e desesperado para tirar sua guarda daquela situação Eroneus realizou algo inacreditável aos olhos de guerreiros inexperientes. Ergueu seu martelo e com o corpo agitando-se quase que em frenesi, uma energia tremenda fluiu através de seu corpo para sua arma que despencou em direção ao solo. O impacto provocou um abalo como se a própria terra balançasse e levando a maioria dos inimigos ao solo. Isso não lhes causou grandes ferimentos mas rendeu os segundos necessários à fuga.
O caminho até os estábulos não foi difícil. Poucos conseguiram chegar até o grupo de Eroneus até que trancassem umas das portas de acesso. E outros poucos estavam no caminho entre o saguão e os estábulos, mas mesmo assim nada comparado a um manto roxo de Tenebris ou aqueles malditos inquisitores.
Nos estábulos que grata surpresa foi ver os animais encilhados prontos para fuga. Mas isso gerava uma dúvida.
- O que saiu errado? Se eles tocaram em alguém eu..... Rastek por favor olhe por eles.
Eroneus não conseguia tirar esses pensamentos de sua cabeça. A aflição lhe consumia. Seu Bisão que a tanto lhe servia parecia perceber o tormento de seu amo, pois nunca correra tanto. Era como se perseguisse o próprio vento.
Mas a aflição e a dúvida logo acabariam. E se acabaram. Assim que Eroneus alcançou a carruagem que levava a sua família no primeiro ponto de acampamento combinado. No momento em que viu a aflição de Dante lutando contra o soldado designado a protege-lo e implorando para que o deixasse voltar até sua mãe as dúvidas se acabaram. E a dúvida deu lugar a certeza. E o vazio que corroia seu coração deu lugar a uma raiva que ele não podia, e a bem da verdade, não queria conter.
O pobre garoto desesperado demorou a perceber a presença do pai e seus homens, mas correu para seus braços assim que o viu buscando conforto. Marcus procurava as melhores palavras para explicar o que houve.
- Senhor, eu ... estava tudo correndo bem mas ...
Eroneus só tinha uma pergunta em sua mente e nada mais impotava.
-Ela ainda esta viva, não esta ?
Interrompeu Eroneus ao indagar o Homem.
- Não sei senhor, não tive tempo de.....
-ESTÁ!
Afirmou veementemente Dante, não deixando sequer o homem terminar. Os olhos vidrados nos olhos do pai.
- Pois bem então. Eu vou voltar e tirar minha mulher disto. Vocês Já fizeram muito. Escoltem meu filho até o forte. Nos encontramos lá.
Nenhum de seu homens se mexeu.
- Esta é uma ordem que não poderemos cumprir senhor.
Diz Marcus com veemência.
- Como é ?
Indaga Eroneus a beira de um acesso de fúria.
-Com toda a certeza Alex é mais que o suficiente para garantir a Dante uma chegada segura até o forte. Tigmus e eu gostariamos de ir com o senhor.
Eroneus se vira e vai ate Dante sem trocar mais palavras com seus homens. Ao abraçá-lo diz:
- Seja forte meu filho. Lembre-se do sangue que corre em suas veias. Sua mãe e eu sempre olharemos por você, de uma forma ou de outra.
Sem dizer mais nada o gigante ergue-se junto de seu dois soldados e vai em direção à cidadela. Sem mais palavras. Sem nem mesmo olhar para traz. Assim são os que não temem a morte. Abraçam seu destino e o aceitam. Sem discussões, sem choro. Apenas passos firmes.
O pequenino apenas observa. Observa e guarda bem os sentimentos em seu coração. Vira-se em direção a estrada vazia. Não sabe o que esta adiante. Contudo aprendeu bem a ultima lição de seu pai. Iria abraçar seu destino sem medos ou remorsos.    

Protagonistas - Farenheit Noheart

Nome: Fahrenheit NoHeart

Origem: cidade de Estrela do Norte, no reino de Tenebris

Motivações: Provar seu valor à Ordem do Coração Negro e à deusa Tenebra.
Como conseguiu a classe: Treinando na Ordem.

Objetivos: Tornar-se conhecido e poderoso dentro da Ordem.

Personalidade: Introspectivo, Equilibrado, Independente, Desconfiado


História:
Fahrenheit NoHeart é um elfo da noite de pele cinza e cabelos prateados, medindo 1,82m e pesando 62kg. Nascido na cidade de Estrela do Norte, no reino de Tenebris, nunca chegou a conhecer seu pai, e viveu sozinho com sua mãe até ela encontrar um companheiro humano (Letto). Passou então a ter Celsius NoHeart, filho de Letto, como seu irmão de criação, quando ambos eram bastantes jovens (mesmo considerando a diferença de idade para jovens de raças tão diferentes). 
Por ter vivido uma parte da infância sozinho com a mãe, Fahrenheit foi um jovem independente, o que se reflete na sua personalidade atual, sendo introspectivo e não gostando de depender de um grupo ou confiar excessivamente em aliados. 
Tanto sua mãe quanto seu padrasto eram membros da Ordem do Coração Negro e servos da deusa Tenebra e ambos morreram em batalha servindo à deusa, sendo exemplo de fiéis devotos. 
Os dois filhos do casal decidiram seguir os passos dos pais e se iniciaram na Ordem. Celsius seguiu o caminho da mãe e optou pela magia, enquanto Fahrenheit tomou o exemplo de seu pai e se iniciou como um homem de armas, mas sempre demonstrando interesse pela magia.
Depois de seu período de treinamento, Fahrenheit foi aceito como um Manto Cinza na Ordem e juntamente com seu irmão foi designado para suas primeiras missões. 
Fahrenheit tem o desejo de se tornar cada vez mais conhecido e poderoso dentro da Ordem, apesar de não demonstrar isso abertamente.