quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Celebridades das terras mouras


Emir Nûr-ed-Djïn


"Isso vos digo: Najara e Suleiman serão a ruína de todos os príncipes de Xéllens". Essa frase, ouvida com frequência da boca do governante de Quajar, emirado situado no extremo sudeste das terras mouras, não é sem motivos. Mergulhado em uma guerra com Meh'azad pelos domínios que circundam a rota de Alma'kash, Nûr-ed-Dïn sabe que há pouca esperança de vitória.

No final de 1.020 a.s.e, 40.000 soldados da sultana Najara atravessaram o extenso desfiladeiro de Yakabar, ponto geográfico que separa os domínios de Quajar de Meh'azad. Pego de surpresa, o irmão mais velho de Nûr-ed-Djïn e antigo emir, Kamal -ed-Djïn, rapidamente reuniu o exército de 20.000 homens e postou-se a enfrentar a pretensiosa sultana. No dia 21 de Frigus de 1.020, a.s.e em um dia ensolarado e atipicamente quente, os exércitos se encontraram na planície de Al-Ermet. Alguns dias se passaram, e Kamal estranhava o fato da sultana não assumir nenhuma postura agressiva. De repente, em 28 de Frigus, os mehazadianos levantaram acampamento e assumiram formação de combate. Nûr-ed-Djïn, nessa época o grão-vizir de Kamal, não podia acreditar: mesmo com superioridade numérica, Najara não tinha nenhuma experiência militar. Kamal estava confiante, e assumiu posição de ataque. Mas a visão da bandeira tremulante de Marrakech vinda do noroeste, acompanhada de mais 40.000 homens liderados pelo próprio Suleiman em favor de Najara enterrou profundamente toda e qualquer chance do emir.

No final da Batalha de Al-Ermet, 14.000 quajarienses morreram, incluindo o emir Kamal, e tantos outros foram feitos prisioneiros e escravos. Nûr-ed-Djïn, que não estava no combate, foi rapidamente feito novo emir.


Emir Nûr-ed-Djïn

Desde então, o novo governante vem buscando desesperadamente apoio contra os inimigos. Inicialmente apelou para Faluh'eiman, para que persuadisse seu primo à um cessar fogo, ou, então, pegar em armas contra Suleiman. Faluh'eiman se demonstrou preocupado quanto às ambições de Najara, e principalmente a aliança de Suleiman com esta. Mas Isfahan era aliada de Marrakech e não poderia fazer nada.

Tentou então contato com a Liga das Doze Pontas, espécie de confederação comercial , política e militar de pequenos reinos no extremo leste das terras mouras. Mas esta também relutava em apoiar qualquer um dos lados.

Por todos os lados, Nûr-ed-Djïn procurou: foi pessoalmente até Richada ter com o imperador Cloud Veylor, mas este estava mais interessado na sua guerra com Laash, e desde que a rota de Alma'kash estivesse aberta entre Richada e as terras mouras, não se importava com quem "recebesse os dividendos" do lado dos sarracenos.

Enquanto isso, Najara avançava sobre o seu reino: muitos dos vassalos do emir desertaram, outros fugiram aflitos.

Desesperado, cogitou fazer algo que poucos governantes tementes a Xéllens ousariam fazer: buscar uma aliança com Tenebris. As poucas notícias que recebia do outro lado do Rio Negro não eram animadoras: parece que os tenebrisianos enfrentavam uma grande revolta dourin. Portanto, um ataque tenebrisiano à costa moura, aliviando a pressão sobre Quajar, parecia pouco provável. Mesmo assim, dizem as más línguas que Nûr-ed-Djïn encontrou-se secretamente com Arbenet do triunvirato de Tenebris algumas vezes. Se é verdade ou não, e os motivos, só o tempo irá dizer.




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